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Fisiologistas avaliam que se proposta de jogos de futebol a cada 48 horas passar, haverá prejuízo para saúde dos atletas e a qualidade das partidas   

Yago Lincoln (Foto: Marcos Bezerra)
Yago Lincoln (Foto: Marcos Bezerra) 
Em todas as atividades esportivas, cada vez mais se valoriza a importância do período de recuperação após as atividades de solicitação física mais intensa. 

Neste período que não foi devidamente valorizado durante algum tempo, logo após o “bom” da prática de exercícios e do conhecimento das ciências do esporte, ocorrem importantes adaptações fisiológicas das quais depende não só a devida regeneração pós-atividade, como também os próprios benefícios do estímulo que o exercício promove. 

Este período passou a ser mais estudado pelas ciências do esporte nas últimas décadas e o conhecimento científico dessa área cresceu significativamente. Podemos resumir os eventos fisiológicos da recuperação em dois importantes mecanismos: simplificadamente podemos dizer que, na recuperação, os músculos esqueléticos precisam restaurar seus estoques de energia e reparar os danos estruturais sofridos durante o exercício mais intenso. 

O conhecimento científico atual determina que o período de tempo para que estes mecanismos sejam plenamente contemplados requer em torno de 60 a 72 horas. Se este período não for respeitado, os dois mecanismos são prejudicados e uma nova solicitação física vai ter início com os músculos ainda sem todo seu potencial energético restaurado e sem sua integridade plena. 

As consequências esperadas são perda de desempenho, fadiga precoce e um aumento significativo do risco de lesões. O futebol é um exemplo típico de atividade esportiva que requer este período de recuperação no intervalo entre dois jogos. Isso tem sido respeitado nos últimos anos no Brasil, principalmente pelo esforço do Sindicato dos Atletas Profissionais. 

Neste período pós-pandemia, vemos novamente ameaçada a legislação pertinente, com proposta de jogos a cada 48 horas sendo aventada para o próximo campeonato brasileiro. Aceitar esta proposta seria um retrocesso inaceitável que irá prejudicar a saúde dos atletas e a própria qualidade dos jogos. Precisamos também entender que vamos enfrentar um período de exceção, porem certamente existem também soluções de exceção. 

Uma delas seriam os clubes usarem um maior número de atletas do plantel, respeitando o período de recuperação para cada um, mas permitindo que o clube possa disputar competições com intervalo de 48 horas, com dois elencos. Esperamos que o bom senso prevaleça e que a saúde dos atletas seja considerada a prioridade nessa situação. Credito: GloboEsporte.com(Eu Atleta) 

 

    

 


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